sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Apaguei!


Depois de semanas sem dormir direito (pensando bem... tem uns dois anos que não durmo direito), sentei na cadeira do pc e coloquei ela pra mamar. Assim que ela dormiu, mãos à obra!

Era uma prova de Contabilidade e uma de Direito. Quando vi que meu cérebro estava bloqueando até os dois mais dois, parti pra prova de Direito. Dez questões discurssivas compridíssimas. À mão, é claro.

Lá pela 1h30 da manhã, minha cabeça começou a cair. Eu sabia que eu tinha um limite, mas vinha fingindo que não. Parei de enxergar as letras na tela do computador (e-book não é uma bosta?) e sabia que não adiantaria colocar os óculos. Fazia umas caretas pra ver se ficava mais nítido, e nada.

Cada vez que eu olhava minha filha dormindo como um anjo no meu colo, dava vontade de quebrar o pc, rasgar as provas e ir pra cama.

Mesmo assim eu continuei, porque sou brasileira e não desisto nunca. Mas depois de um tempo, minha cabeça caía a cada 30 segundos, eu dormia por quase um segundo e voltava e erguê-la, num susto, pra tentar continuar.

Daí percebi (até que enfim!) que era hora de parar. Eu não ia conseguir fazer nada daquele jeito, certamente teria que passar a limpo alguma coisa que fizesse, e desisti de pedir pro meu pai entregar as provas pra mim hoje cedo.

Dormi das 2 às 7h. Na situação atual, eu diria que foi uma longa noite de sono. Acordei um pouco menos zumbi, mas ainda cheia de olheiras. Papai do Céu olhou pra mim e falou: "cara, 'cê tá horrível, vou te dar uma trégua (mas não acostuma não!)".

Aí Ele mandou um torpedo pro Morfeu mandando que fizesse uma visita pra Clara. Ela ficou dormindo quietinha, espalhada na cama, até as ONZE E MEIA DA MANHÃ. É mole ou quer mais? Yeah, I believe in miracles.

Foi o tempo certinho de terminar as provas! Quando ela acordou e veio mamar, acabei de escrever as últimas linhas e grampear a prova de Direito. Só falta uma prova pra fazer, de informática, mas é só uma planilha - nada que não faça parte da minha rotina. Essa eu mando por e-mail mesmo. Poderia enviar até segunda-feira, mas como vou passar o feriado acordando cedo e dormindo tarde e ocupadérrima entre uma coisa e outra, vou dar cabo disso hoje ainda (de madrugada, pra variar).

Resultado: amanhã (data limite para a entrega) vou eu mesma entregar as provas em Resende, depois vou pra Penedo trabalhar, e tenho que estar em casa ao meio-dia. Isso com uma criança em um braço, uma bolsa no outro e uma mochila nas costas. Mas... UFA! Deu tempo!

(E vou aproveitar tanto o feriado que não vou nem lembrar de droga de prova nenhuma... até que chegue a próxima!)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Se eu sou má o tempo todo?

Foi mais ou menos a pergunta que um amigo me fez no MSN essa noite. Ele tinha dito que somos bonzinhos a maior parte do tempo e eu respondi que ele só podia estar se referindo a ele mesmo.

Depois ele me deixou falando sozinha e fiquei pensando nisso, daí uma resposta mais ou menos parecida com essa que segue.

Eu sou uma boa pessoa.
Eu não desejo mal às pessoas, não faço mal nem a uma formiga, não invento fofoquinhas, dou lugar pros velhinhos no ônibus, faço tudo o que eu posso pra ajudar os outros e um pouco do que eu não posso também. Não meço esforços.

Esse amigo meu, por exemplo, se soubesse só da metade das coisas que eu seria (sou) capaz de fazer por ele, viveria todos os dias dele feliz e tranquilo só por saber que eu estou aqui. E não espero nem peço nada em troca, eu faço porque isso faz parte da minha essência. É natural meu.

Deve ser por isso que uns 95% dos meus ex-namorados querem voltar comigo até hoje. Por causa das coisas que eu faço por eles - coisas simples, mas que ninguém mais faz. Eu faço a minha parte porque acredito que o mundo seria mais legal se as pessoas tivessem pelas outras a mesma consideração que eu tenho.

But... eu não sou boazinha.
Eu sou antisocial, sarcástica[1], irônica[2] e debochada[3]. Converso educadamente com pessoas idiotas enquanto penso lentamente o quanto aquela pessoa é idiota.

Fico irritada com pessoas lerdas e burras e, muitas vezes, quando uma fêmea com necessidade de aprovação que parece sair de um bloco de carnaval me pergunta se está bonita, eu dou um sorriso e balanço a cabeça afirmativamente enquanto penso que o teto do lugar onde estamos deveria cair sobre a cabeça dela e ela ficaria mais bonita que do jeito que está. Sim, eu minto bem. As pessoas acreditam.

Sou manipuladora e sorrio para as pessoas para levá-las a fazer aquilo que eu quero que elas façam. Tento ser agradável quando talvez nem precisaria e muitas vezes deixo de ser agradável quando deveria ser.
Sei que as pessoas são todas iguais mas no fundo acho que sou melhor do que muitas delas.

Não sou uma pessoa doce, e acho que pessoas boazinhas são doces. Aliás, as pessoas doces que eu já conheci posso contar nos dedos de uma mão só.

Então...

Se eu sou má o tempo todo?
Sou uma pessoa boa, mas não sou uma pessoa boazinha. O tempo todo.

Se eu valho a pena?
Tirem suas próprias conclusões.

---------------------------
Legenda:

[1] Sarcasmo: Zombaria maliciosa.

[2] Ironia: 1. Modo de exprimir-se em que se diz o contrário do que se pensa ou sente. 2. Contraste fortuito[4] que parece um escárnio.

[3] Debochar: 1. Lançar no deboche, corromper. 2. Zombar de.

[4] Fortuito: Eventual.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cool Holiday # One

Clique na imagem para ampliar

Até São Pedro vai colaborar.
O tempo vai dar uma trégua providencial nos três dias que interessam.
Esse feriado não promete? ;)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pretendentes da Ludy - parte I


Acho que o Çandro tá de sacanagem comigo.

Na busca de um pretendente para a Ludy, ele veio com esse cara. Não vou dizer o nome aqui porque pode ser muito sacana da minha parte, mas acreditem, é um nome bem esquisito. Vamos chamá-lo de Mr. X!

Mr. X é um ano mais velho que eu. Além de feio, tem uma foto tirada com o celular na frente do espelho, em que ele aparece com topete e cara de mau. A descrição do perfil dele termina com SIMPLESMENTE MR. X "WOUNDED HEART".

Encabeçando o perfil tem uma frase de Adolf Hitler! Espalhadas pelo perfil há várias referências de adoração a terrorismo e ao B.O.P.E., contraditoriamente.

No álbum tem duas fotos dele SE ACHANDO que chamaram minha atenção:
Uma, de casaco preto, com a legenda "Matrix Evolution".
Outra, de casaco branco, com a legenda "Dr. Hanibal Lekster".
Outras legendas explicam quando ele estava bebendo "Wisk" com os amigos "maguaças" em eventos como o show do Bonde do Forró.

Uma das legendas diz:
"Um encontro entre dois seres que se completam, que são feitos um para o outro, já define, em minha opinião, um milagre." (Adolf Hitler) - de novo! E a foto, pasmem, é de uma queda d'água. (?)

Teve uma hora que eu tive que parar de rir e respeitar o cara: ele parece gostar de Chuck Norris e Cavaleiros do Zodíaco. Bom, dizem que tudo tem um lado bom mesmo. Até o Mr. X.
Mas tem um detalhe que não me deixaria nem pensar nesse cara como nada além de motivo de chacota: V-I-R-G-I-N-I-A-N-O. Como eu. Vou colar aqui uma descrição sucinta e realista desse signo, que tirei de lá mesmo, do perfil do Mr. X no orkut:

"VIRGEM - O Perfeccionista. Dominante em relações. Conservador. Sempre quer a última palavra. Argumentativo. Preocupado. Muito inteligente. Antipatiza com barulho e caos. Ansioso. Trabalhador. Leal. Bonito. Fácil falar. Difícil de agradar. Severo. Prático e muito exigente. Frequentemente tímido. Pessimista."

Çandro, essa sou EU. Dois desse se matariam rápido. Imagina uma relação com duas pessoas dominantes em relações. Duas que sempre querem a última palavra. Duas difíceis de agradar. Só haveria uma discussão: a primeira, eterna! ahuahuahuahuahuahu
Valeu a tentativa, me diverti horrores!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eles dois...


Ela era uma moreninha de olhos amendoados cor de mel e cabelos de comercial de shampoo. Tão linda... O olhar doce, tímido e sedutor dela deixaria você também encantado. No caso dele, apaixonado.

Ele era um bonitão alto e cabeludo com voz de locutor de rádio e jeito de conquistador à moda antiga. Bem mais falante que ela e, talvez mais romântico também, escrevia textos pra ela. Ela não resistiu.

Os dois tinham trabalhos que os ocupavam até nos fins de semana e restava pouco tempo pra ficarem juntos. Os dois tinham filhas da mesma idade. Os dois se entendiam. E como era de se esperar, os dois se gostaram.

E desse gostar surgiu aquela paixãozinha e, quem diria, amor. Sim, amor! É o que eu vejo quando os vejo juntos, estampado. Escrevo esse texto pra homenagear uma relação que deu certo, que está dando certo. Que foi construída devagar, com respeito, companheirismo e carinho. Com lealdade, como ele estava comentando comigo hoje à tarde.

Não é surpresa que eles tenham decidido se casar. E que aproveitem o melhor do casamento: estar junto e estar feliz. É o que eu desejo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Algo sobre escrever


"Sou fascinada pelo lado complicado. Tenho um olho alegre que vive: sou uma pessoa despachada, adoro família, adoro a natureza. Mas eu tenho um outro olho que observa o lado difícil, sombrio. A minha literatura nunca vai ser "aí casaram e foram felizes para sempre". Minha literatura sempre nasceu do conflito, da dificuldade, do isolamento."

"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Puta que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico puta da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."

(Lya Luft) - quero chegar como ela aos 70 anos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Faz bem...


Saí sozinha pela primeira vez em uns três anos ontem. Foi estranho... Fiquei o tempo todo pensando na minha filha e me segurando pra não ligar pra casa pra saber se ela estava bem. Foram só umas duas horinhas entre fechar a loja e esperar a hora de ir embora, mas parecia que havia formigas na cadeira da chopperia. Achei estranho não ter que levantar pra correr atrás de criança, ver se está com sede, checar a fralda... Mas senti um gostinho que não sentia há muito, muito tempo: o gostinho doce de falar besteira com os amigos bebendo meu vinho favorito.