quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Dahra e a mangueira


Às vezes eu me pego sentindo saudade de alguma coisa lá atrás.
Hoje lembrei da Dahra, uma linda cadela que tive, e senti saudade dela.
Eu não parava de encher o saco, meus pais concordaram que seria bom ter um cão de guarda no bairro residencial onde morávamos e foram a outra cidade comprar um filhote de pastor alemão. Mãe mansa, pai bravo. Eu tinha 10 anos e estava dormindo quando minha mãe chegou com aquele filhotinho fofíssimo e colocou na cama comigo.
Ela teve que ir pra outro lugar 6 anos depois, quando mudamos para um apartamento. Nunca mais vi, sei que foi muito bem cuidada e, em 2004, soube que ela morreu.

Dahra morria de medo de água. Mais que qualquer gato, mais que o Cascão.
Os cães dessa raça trocam o pêlo a cada seis meses, e é preciso escovar pelo menos uma vez ao dia. Tarefa impossível, já que ela gostava de ser escovada tanto quanto gostava de água. Mas não tinha medo da escova: ela mordia ou corria e impedia o meu trabalho.
Certa vez, resolvi ameaçá-la com a mangueira. Deixei Dahra sentada com a mangueira apontando pra ela, e ela sabia que sairia água de lá se eu usasse apenas uma mão e apertasse o gatilho.
Ela ficou imóvel, com os olhos arregalados na direção da mangueira, enquanto eu escovava todo o seu corpo.

Consequentemente, deixando que eu a escovasse pela primeira vez, ela descobriu que aquilo era gostoso. A raspadeira coçava e massageava as costas dela.
Depois desse dia, nunca mais precisei da mangueira. Assim que ela me via pegando a escova, sentava quietinha com as orelhinhas baixas e deixava, contente, que eu escovasse todo o seu pêlo.
Acho que esses cachorros nascem safados. E a safadeza deles deixa muita história pra gente lembrar.
Saudade dela...

domingo, 15 de maio de 2011

Mãe


Uma semana atrasado esse post sobre o dia das mães.
A semana foi corrida, o fim de semana foi dos piores, então vou escrever alguma coisa legal aqui e fingir que tá tudo bem.

Esses dias me perguntaram quando é o dia da filha, porque só a mãe que tem dia de ganhar presente anualmente, só por ser mãe.
Eu respondi que o dia da filha é quando ela vira mãe.
É o meu caso.

Sobre a minha mãe... a minha mãe é Mãe. Ela sabe que é minha Mãe. Tenho um anjo de sogra, que é uma segunda mãe, sempre preocupada e atenciosa, um amor. Tenho uma ex-vizinha, amiga da minha mãe, que é outra segunda mãe, sempre com palavras sábias e de incentivo. Mas minha mãe e eu moramos longe e podemos ficar o tempo que for sem nos falarmos, e ela sabe que ninguém vai tomar o lugar dela. E sabe que vai chegar aqui e ainda vamos ter a mesma conexão mãe-filha de antes.
Isso é incrível. Nós brigávamos tanto até eu ter uns 19 anos e, um dia, quando dei por mim, ela era a pessoa que eu mais admirava e defendia no mundo. Ninguém me aceita tanto quanto ela. Ninguém me conhece tão bem. Talvez nem eu.

Sobre a minha filha... de vez em quando me pego parada olhando ela brincar, ou dormir. Me pergunto como pode ser tão linda, tão inocente, tão minha e tão não-minha.
Ela é o melhor presente que eu poderia ganhar de dia das mães, todos os dias.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Criança simplista II


Minha sogra e minha criança conversavam animadamente na cozinha dela ontem à noite.
Havia uma cesta com laranjas sobre a mesa. Minha sogra pegou uma pra mostrar.


Sogra: "Olha aqui a laranja!"

Criança: "Não."

Sogra: "É laranja!"

Criança: "É verde."

segunda-feira, 21 de março de 2011

Criança simplista


Minha criança e eu fomos a um almoço de aniversário ontem.
Ela foi distraída com um cachorro, um mini camundongo e um pássaro.
A tia do meu namorado, tirando sarro com a cara dela, começou a conversar sobre os bichinhos.

Criança: "Olha! Um ratinho! Ratinhooo!!!"
Tia: "O nome do ratinho é Nina"
Criança: "Nina! Oi, Nina! Vem cá!"
Tia: "E olha ali o passarinho, que lindo!"
Criança: "Passalinho!"
Tia: "O nome do passarinho é calopsita"
Criança: "Passalinho"
Tia: "Calopsita"
Criança: "Passalinho"

terça-feira, 15 de março de 2011

Tô mal na fita



Conversa com a amiga Diva essa manhã:

ela: "E aí, como tá a criança?"

eu: "Tá bem. E terrível."

ela: "Ah, é?"

eu: "Cara... Ela tem um gênio terrível!"

ela: "Mesmo? Não imagino de quem ela tenha puxado isso" [/ironia]

eu: "É sério! Ela é muito pior do que eu."

ela: "Só se ela for o Hitler em miniatura pra ser pior que você. Cuidado com as coisas que você ensina pra sua filha, hein? Vai que ela vira uma líder mundial? Não queremos ver aquilo tudo de novo..."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Crescendo e não aprendendo


Quando completei 11 anos, um tio me deu R$ 50,00 de presente de aniversário. Aquilo era muito dinheiro pra mim, não sabia o que fazer com ele. Naquela época eu pedia um real pro meu pai às vezes e conseguia comprar várias balas, chicletes ou pirulitos com esse dinheiro.

Não lembro o que fiz com toda a quantia, mas gastei dez reais em bolinhas de gude e dez reais em balas.

Quando cheguei em casa com aquele saco enorme de balas de tudo quanto era tipo, minha mãe enlouqueceu. Escondeu as balas e disse que me daria uma ou outra de vez em quando, pra eu não passar mal e não estragar os dentes.

É claro que encontrei, horas depois, o saco de balas escondido dentro da máquina de costura dela. Eu ia lá quando queria e comia escondida. Era tanta bala que ela não ia dar falta. Foi muito bom!

E tem gente que ainda diz que sente saudade da infância... eu não!
Agora eu posso comprar quantas balas eu quiser. Eu posso almoçar e jantar balas se eu quiser, por quantos dias eu quiser. E ainda gosto tanto dessas guloseimas quanto gostava quando era menor.

Tenho mantido um potinho de balas sortidas em casa. Quando dá aquela vontade de beliscar um docinho, vou no pote. Várias vezes ao dia, eu confesso. Principalmente no meio de conversas, ou provas da faculdade, ou quando estou nervosa, ou quando estou feliz... talvez sempre.

Minha mãe veio me visitar e ofereci as balas de bananada, café e paçoca, que achei que ela gostaria. "Ah, filha, você sabe que eu não ligo pra essas coisas... quero não" - ela respondeu.
No dia seguinte meu pote já estava pelo final, não por minha culpa, e senti um gostinho de criança vingada ao escutar minha mãe dizer "Lu, tá na hora de comprar mais, né?"

Hoje ela foi comigo à loja de doces e até adicionou novos sabores na minha cestinha.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Macarrão na panela de pressão



Quando eu morava em Juiz de Fora com uma prima distante, aprendi a fazer esse macarrão. Onde quer que eu faça, todo mundo adora!

Ingredientes:

- 500g de macarrão parafuso
- 3 tabletes de caldo de carne
- 1 lata de molho de tomate
- 1 lata de creme de leite
- 300g de presunto cortado em cubinhos
- 300g de muçarela cortada em cubinhos

Modo de preparo:

- Colocar numa panela de pressão o macarrão, os tabletes de tempero e o molho de tomate.
- Colocar água até que esteja dois dedos acima da altura do macarrão e mexer.
- Colocar no fogo e deixar por 10 minutos depois que pegar pressão.
- Desligar a panela, soltar a pressão e misturar o creme de leite, o presunto e o queijo.

Eu gosto de colocar batata palha por cima.
A pedido da Mary (faz pra Juju!), mas serve pra todo mundo.
Deliciem-se!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Valentine's day


Eu gosto muito mais do dia dos namorados comemorado em 14 de Fevereiro.
Vamos esquecer as mulheres apanhando com couro de cabra para serem férteis e lembrar só do São Valentim, que foi um cara bacana.
O dia 12 de Junho foi escolhido como dia dos namorados pelos comerciantes.
Whatever.

O legal do meu namoro é que nada foi mágico. Nenhum pressentimento. Nada de intuição. Nada de paixão à primeira vista. Nem à segunda. Foi tudo meio sem querer e, quando eu vi, ele estava me contando que a gente namorava há algum tempo.
Ele vive entendendo errado o que eu falo, mas me conhece pelo tom de voz.
Ele dorme e me deixa falando sozinha, mas me abraça dormindo.
Ele puxa a minha orelha às vezes, mas é meu melhor amigo.
Eu não troco meu namorado por nada nesse mundo.

[it's just me missing you]