quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Um desabafo, um convite e um conselho


Aconteceu uma coisa que não acontecia há algum tempo e não sei quanto vai demorar pra acontecer de novo: todo mundo aqui em casa está em férias. Eu, marido e filha. Todo mundo descansando, sem horário, comendo pizza na terça-feira como se não houvesse amanhã. Bagunça na cama, séries, jogos, música. Montamos a árvore de Natal.

Hoje o marido tinha um compromisso e, após o deixarmos no local, fomos passear – eu e a criança. Fomos ao centro da cidade, passeamos, fizemos compras, lanchamos, rimos das coisas, discutimos sobre como atrapalha não poder falar ao telefone dentro do banco enquanto esperávamos na fila, conversamos. Só eu e a minha filha.

Fomos a algumas lojinhas de bijuterias e escolhemos enfeites para os lindos cachinhos dela. Escolhemos JUNTAS. Normalmente eu faço isso correndo depois de engolir a comida no meu horário de almoço, escolho algo de que ela precisa ou acho que ela vai gostar e levo pra casa à noite.

Fomos a uma loja de calçados sem pressa, e ela pode escolher a sandalinha rosa que gostou depois de olhar todas, experimentar duas, três vezes, sem a gente ter que se apressar porque a loja já ia fechar, ou porque precisaríamos passar em outros tantos lugares no pouco tempo que havia disponível.

Sentamos pra comer e ninguém teve que sair andando com um salgadinho em uma mão e uma latinha de bebida em outra, comendo e andando ao mesmo tempo pra poder ser mais rápido.

Coisa boba, gente. E eu não me sentia tão feliz há muito tempo.

Eu quero convidar você, que está lendo esse texto, que ainda é jovem (mas nem tanto que tenha a vida toda pela frente e possa fazer o que bem entender da vida), a parar só um pouquinho e refletir.

Vale a pena?

Eu fico em função do trabalho das 7h às 19h. No fim de semana não sou ninguém. Perco a maioria das reuniões de pais, das apresentações da escola, das idas ao médico. Quando ela fica doente e precisa ficar em casa, meu marido cuida enquanto eu trabalho.
É claro que não dá pra escolher tudo nessa vida, se os filhos precisam ser alimentados e vestidos e entretidos e receber educação, alguém precisa trabalhar. Mas a parte que dá pra escolher, escolha com cuidado.

Há pouco tempo fui presenteada ao passar por um texto que falava sobre a rotina de uma antiga colega de faculdade que tem quatro lindos filhos e quase sufocou. Ela escolheu frear e ganhou tempo. Ganhou qualidade de vida.

Só parem e reflitam sobre isso. Não demorem demais, porque os filhos crescem muito rápido. Eles nunca vão ser crianças de novo. Você vai piscar e sua vida vai ter passado. Quando eu piscar,  não quero ter passado toda a minha vida trancada entre quatro paredes, sem ver o sol, sem sair com a minha filha pra fazer qualquer coisa que seja.

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