Eu queria ter tirado uma foto do que encontrei quando cheguei na casa da amiga Diva ontem de manhã, mas esqueci a câmera em casa, pra variar.
Marcamos um almoço, eu ia cozinhar porque ela disse que não andava se sentindo muito bem. Os porteiros já me conhecem e a porta estava aberta. Entrei. Cheguei ao meio-dia e encontrei uma vassoura e um rodo parcialmente destruídos no meio da sala. A Amora, dog da amiga Diva, tinha ruído tudo, derrubado uns potes na cozinha, sujado a casa, e estava rosnando pra mim. Procurei a amiga Diva e o Bem no quarto, na área de serviço, no banheiro... nada!
"Bom, ela marcou o almoço comigo, deve ter saído pra comprar cigarro e já volta" - pensei (erroneamente).
Peguei o telefone pra ligar pro Dé e pedir o número do celular do Bem, pra saber onde eles estavam, quando ouvi um toc-toc na porta. Era o Dé. Não falei nem oi: "Dé, a amiga Diva não tá em casa, nem o Bem. Sumiram".
Vasculhamos armário, gavetas, mural de fotos e guarda-roupas atrás de uma agenda de telefone. Nada. Encontramos a fonte do notebook e procuramos alguma coisa no orkut. Nada.
Lembram que ela não estava se sentindo bem? Pois é, começamos a ficar preocupados. Ela já tinha estado no hospital naquela semana e poderia ter voltado. Procuramos na lista telefônica e no google pelo número do Hospital de Emergência, mas não conseguimos falar com ninguém. Ligamos pro pai do André e ele não soube de ninguém com aquele nome no hospital. Procuramos na lista o telefone de um primo da amiga Diva, que também estudou com a gente. Ele deu um número de celular, supostamente dela, e o número da casa onde moram a mãe e a avó dela. O celular não existia e na casa ninguém atendeu.
Até aí a Amora já havia se acostumado com a nossa presença e fazia barulhinhos enquanto sonhava, dormindo ao vento do ventilador.
Não sabíamos se íamos pra casa do Dé almoçar, pra minha casa ficar na cachoeira (que calor infernal faz em Resende!) ou se ficávamos lá e esperávamos pela amiga sumida. Resolvemos esperar mais um pouco. Coloquei um PROCURA-SE no perfil do orkut dela (e aproveitei pra entrar em comunidades como "Às vezes eu sumo", hehe), o 1/4 de garrafa de vinho que achei aberta na geladeira já tinha acabado, resolvemos gelar a cerveja. Achamos espaço depois de jogar fora meia melancia podre e uma panela de feijão azedo. Não fizemos comida, mas detonamos metade do pote de 3 litros de sorvete de chocolate com coco que eu levei para a sobremesa. Tava bom!
Ficamos na Internet lendo piadinhas, vendo vídeos engraçados, clipes musicais (só descobri ontem que aquela música do Eros Ramazzotti com a Tina Turner tem versão em espanhol!), fotos estranhas, fotos legais, sites que tiram onda com a cara dos outros, etc... De repente a internet caiu!
Resolvemos assistir o filme que aluguei pra assistirmos depois do almoço, A Cor Púrpura, que eu adoro e nem o Dé nem a amiga Diva conheciam. Logo no começo apareceu uma amiga da Diva em casa dizendo que ela tinha ido pra São Paulo com o Bem e pediu pra ela colocar comida pra Amora! Vou repetir: ela marcou com a gente e viajou sem avisar. Isso mesmo. A amiga dela disse que nos deixaria assistindo o filme e voltaria mais tarde pra limpar o apartamento e dar uma ajuda.
O mínimo que Dé e eu poderíamos fazer era bagunçar ainda mais o apartamento e deixar tudo pra Diva e o Bem limparem. Pensamos em algo mais maldoso, mas tudo o que conseguimos fazer foi deixar um bilhete (colado com bala mordida) na porta, dizendo pra amiga da nossa amiga que já havíamos limpado o apê. Assim, toda a bagunça ficaria exclusivamente para o casal tratante.
O filme começou pelo meio e o Dé não entendia nada, mas eu (sem lembrar dos detalhes) disse que devia ser um daqueles filmes que começam no meio da história e depois voltam, e avançam de novo. Nada disso! Já ouviram falar em DVD com dois lados? Pois é, nem eu. E comecei pelo lado B. Uma hora e 15 minutos depois do "começo", o filme acabou e o casting subiu.
Daí viramos o DVD pro lado A e vimos o começo depois do final.
Só nessa hora tive a brilhante idéia de descer o frango que estava no congelador pra colocar a cerveja pra gelar mais rápido.
Pasmem: só quando acabou a primeira parte do filme foi que apareceu o menu.
Depois que a cerveja gelou, resolvi brindar ao Cool Sunday a dois. Dé lembrou que éramos dois e meio, havia um cão entre nós. Pelo menos a Amora não passou o domingão sozinha, né?
Acabado o filme, voltamos pro computador pra procurar umas musiquinhas. Só lá pelas 19h30 Diva e Bem apareceram, com a maior cara de pau, achando que nada demais havia acontecido. Entre cervejas, acusações e testes de gravidez, Dé e eu já estávamos quase tontos. Sabe como é... sorvete alimenta na hora, mas depois de uma hora já sumiu do seu corpo! Não comemos nada o dia inteiro. Ele tinha levado linguiça e eu tinha levado mostarda escura. Parecia perfeito!
Ele colocou a linguiça na frigideira e cometeu o maior erro do dia: pediu pro Bem tomar conta. Enquanto olhávamos qualquer coisa no pc com a amiga Diva, comecei a sentir cheiro de fumaça... Acertou quem adivinhou que era a linguiça virando carvão - literalmente.
Com a fome que estávamos, aquilo parecia lindo. Misturei a mostarda com um pouco de barbecue e começamos a comer. O primeiro pedaço ficou bom. O segundo, nem tanto. O terceiro começou a amargar e desistimos da linguiça.
O que salvou a noite foi o rodízio de pizza! E mesmo correndo atrás da minha criança e tirando as facas que ela tentava pegar o tempo todo, consegui comer uns 5 ou 6 pedaços salvadores.
Diva, na boa... se o Dé não fosse a melhor companhia de todas, eu te matava! Sorte tua que o meu domingo foi legal!